Acreditas em Astrologia?

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É comum ouvirmos “não acredito nestas coisas” ou “sou muito céptico em relação a” e tudo bem. No entanto, no que respeita à Astrologia, gostaria de tecer algumas considerações. 

Para os anciãos era importante observar, registar, medir e compreender padrões  cíclicos nos movimentos planetários identificando correlações com os eventos humanos na terra (as above so below), logo a astrologia apresentava-se como uma forma de encontrar organização entre o aparente caos.

Tal como o inglês ou o castelhano, a astrologia é uma linguagem e não uma habilidade psíquica. É uma linguagem profunda, rica, matemática e simbólica que precisa de ser dominada. A astrologia sempre teve uma posição prestigiada ao longo da história, nos círculos académicos e eclesiásticos até ao século XVII, mas nos dias de hoje foi reduzida ao signo solar fazendo com que a todas as pessoas nascidas sob um signo lhes seja dirigida uma mesma leitura (ex: todos os Balança vão ter um dia de sorte). É curioso que tenhamos chegado a este ponto de simplificação tendo em conta que grandes mentes da história eram astrólogos (Pitágoras, Platão, Ptolomeu, Goethe, Copernico, Kepler, Jung, Fernando Pessoa, entre outros).

Um pilar fundamental da astrologia são os arquétipos, os padrões mais profundos do funcionamento da psique, que definem como nos vemos e ao mundo. Cada arquétipo planetário é muito diferente, com um mito e associações simbólicas. Marte por exemplo é associado à assertividade, à energia, à agressividade – o Deus da guerra. Mercúrio ligado ao intelecto, à comunicação – o mensageiro dos Deuses. 

No entanto, os planetas não causam eventos na nossa vida. Antes, a sua configuração expressa o quão auspicioso é o contexto num determinado momento para alguém ou algo nascido sob a influência de determinado contexto anterior. Não somos vítimas dos ciclos planetários. A configuração dos planetas potencia um contexto, oportunidades, não um destino fixo. O padrão astrológico é definido, mas não o nível de consciência em que é vivido, por isso Jung disse não ser o que nos acontece que determina o nosso caráter, mas a forma como reagimos ao que nos acontece.

O mapa de nascimento é puro potencial e simbolicamente preditivo. Não podemos limitar a sua leitura definindo os eventos passados ou futuros, mas sim iluminar o processo de desenvolvimento que faz de nós quem somos, onde estamos, ajudando-nos a estabelecer as oportunidades por vir. 

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